sábado, 28 de dezembro de 2013

Vídeo do Sermão da Missa do dia 20 de dezembro de 2.013, em Betim/MG.

Prezados amigos,
Salve Maria!

Abaixo, segue o vídeo do sermão da Missa de sexta feira das têmporas do Natal do Senhor, dia 20 de dezembro de 2.013, oficiada pelo Padre Ernesto Cardozo, em Betim/MG, e, logo em seguida, a transcrição em língua portuguesa do sermão. Neste sermão, o padre tratará do Dogma da Imaculada Conceição, Teoria do Evolucionismo e Pecado Original. Para ver as fotos da Missa, clique aqui.

Para assistir o vídeo, clique aqui.

Fiquem com Deus.

Nos Corações da Virgem Maria e São José.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

O Cristo sem rosto e o culto à feitura, em Betim/MG.

O Cristo sem rosto e o culto à feitura, em Betim/MG.


Geovanne Moreira.


“Restaurai-nos, Senhor, ó Deus dos exércitos; mostrai-nos serena a vossa face e seremos salvos”. (Sl 79,20)


Prezados amigos,

Salve Maria!

Os fiéis católicos da cidade de Betim/MG a cada ano que passa, são contemplados com um suposto presépio que é montado no largo da Igreja Matriz da Paróquia de Nossa Senhora do Carmo.

Trata-se de um horroroso conjunto de personagens anônimos que pretendem prefigurar a cena do nascimento do Divino Redentor. Conforme se denota das fotografias colacionadas abaixo, as esculturas feitas de barro querem representar o presépio do Menino Jesus.

Porque “horroroso conjunto de personagens anônimos”? Primeiro que, é horroroso porque não se encontra a beleza neles. Conjunto porque se amontoou imagens que não se identifica o seu contexto e anônimos porque simplesmente, as esculturas não têm rostos. É isso mesmo. As esculturas que, teoricamente, prefiguram o presépio do Menino Deus simplesmente não têm rostos. Depois do “deus sem religião” do Papa Bergoglio, agora é a vez do Cristo sem rosto.

A cultura do feio tem tomado o lugar do antigo “culto ao belo”. Hoje dá-se preferência às coisas que antigamente se desprezava pela sua falta de beleza e, consequentemente, causava pavor a quem tentasse contemplar.

Muitos dirão que o conceito de belo e feio é subjetivo e, portanto, o imperialismo do achismo deve ser conservado intacto. Para desmistificar esta tese de que o conceito de belo é subjetivo, antes, é preciso se esclarecer o que é feio e o que é o belo.

Santo Tomás de Aquino nos ensina que o belo é aquilo que agrada a visão (pulchrum est id quod visum placet). O senso de belo só pode ser apreendido pelo homem porque detém a racionalidade em si. Tendo vista que a afirmação de belo é uma ação racional e se faz pelo juízo de consciência, os animais irracionais não podem ter senso de beleza, embora tenham visão das coisas.

O filósofo Regis Jolivet diz que: “a beleza é objeto de inteligência ou de conhecimento intuitivo, enquanto resulta de condições que não são acessíveis, senão à inteligência. Essas condições são: a integridade do objeto, a proporção ou unidade na variedade, enfim, a clareza ou resplendor da inteligibilidade.” (Curso de filosofia. 20.ed. Rio de Janeiro: Agir, 1998, p. 338)

Pela integridade do objeto, deve-se entender o acabamento, a finalização da arte e as suas partes concatenadas.

A proporção trata-se da harmonia das partes.

A clareza - Santo Tomás de Aquino chama de claritas - que se é exigida advém da beleza do objeto deleitável. Assim como os olhos carnais necessitam de luz para que se contemple algo, da mesma forma, é preciso que a alma tenha uma centelha de luz que se reflete no objeto a ser contemplado como belo e dele provenha.

A beleza divina está, misteriosamente, presente na beleza das coisas, a priori na natureza e a posteriori nas artes.

            Santo Agostino diz que a beleza é um conjunto harmonioso, isto é, com a unidade, número, igualdade e ordem.

Para se ter um conceito de feio, sem adentrar nas questões filosóficas, basta negar ou contrariar tudo o que foi dito.

Pois bem, o conceito de beleza não pode ser subjetivo porque o belo se encerra na coisa em si e não nos olhos de quem se deleita no objeto. Se o objeto a ser contemplado possui uma proporção, integridade e a clareza em si mesmo, é belo, caso negativo, é feio.

Passemos a analisar as figuras que enfeitam (para não dizer enfeiam) a Matriz de Nossa Senhora do Carmo, em Betim/MG.

As figuras não tem face, não tem olhos, bocas, narizes, são anônimas. A suposta criança que se deita numa bacia de barro que me parece prefigurar o Menino Jesus está em condições piores aos animais constantes no presépio. Comparando as figuras, os animais têm mais feições e são mais expressivos que os personagens sagrados.

Os personagens carecem de integridade material, de proporção e clareza. Isso é inegável!

A feiura que se apossou da figura do Menino Deus no presépio da Igreja do Carmo parece-me querer transpassar justamente o modernismo reinante. Um menino sem origem, sem face, inexpressivo, um Cristo sem rosto, sem choro, sem riso e sem raiva. É o típico Cristo pintado pelos modernistas. Um Cristo, literalmente, moldado ao bel-prazer do homem moderno.

Enquanto que no Livro dos Salmos, o salmista suplica a Deus que nos mostre a sua face para sermos salvos, (Sl 79,20) as esculturas do suposto presépio da Igreja do Carmo de Betim/MG não tem face. Os seus idealizadores não querem saber da face divina, porque a face divina é face de Justiça, é face de punição, é face severa.

As Sagradas Escrituras nos dizem: “Porque Deus que disse: Das trevas brilhe a luz, é também aquele que fez brilhar a sua luz em nossos corações, para que irradiássemos o conhecimento do esplendor de Deus, que se reflete na face de Cristo”. (II Coríntios 4,6)

Agora Cristo não tem mais face. O Cristo inexpressivo criado pelos modernistas agrada a todos. Este falso cristo é aquele que foi previsto pelo Filho de Deus.

A face divina causa alegria nos justos que contempla, entretanto, não há mais faces a se contemplar: “Fizeste-me conhecer os caminhos da vida, e me encherás de alegria com a visão de tua face (Sl 15,8-11)”. (Atos dos Apóstolos 2,28)

Na narrativa da Paixão do Cristo Católico o Texto Sagrado enfatiza as bofetadas e as cusparadas que Ele recebe no rosto, hoje, apagaram os rostos das imagens, esqueceram da face do Filho de Deus humilhada, ultrajada e injuriada pelos homens.

Enquanto que a Irmã Lúcia de Fátima quando vê a Virgem diz que Ela tem a face mais brilhante que o sol, a figura que supostamente simbolizaria a Virgem no presépio da Igreja do Carmo nem face tem.

É triste ver quanta gente que passa pelo centro da cidade pára para contemplar coisas tão estranhas e figuras não-católicas. É triste ver que o belo está sendo sepultado debaixo dos nossos olhos e triunfando o culto do feio. Que Deus e a Virgem nos ajudem a bem viver nesta vida, cumprindo os seus mandamentos para um dia, com a graça divina, contemplar a face de Deus.

“Eles sofrerão como castigo a perdição eterna, longe da face do Senhor, e da sua suprema glória”. (II Tessalonicenses 1,9)

Clique nas fotos para ampliá-las.













segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Ajuda para aquisição de livros.

O blog A grande guerra solicita ajuda para aquisição de livros a fim de manter o trabalho de formação infantil e espiritual:



Para saber como está a lista atualizada dos livros, acesse o referido blog. Última atualização até a publicação deste artigo:

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Círculo de palestras sobre o Magistério da Igreja.

Prezados amigos,

Salve Maria!

Iniciaremos, em Betim/MG, uma série de aulas/palestras sobre algumas Cartas Encíclicas dos Santos Padres e para começar, iniciaremos com a Carta Encíclica “Libertas Praestantissimum” do Papa Leão XIII.

As aulas sobre a carta sobredita serão divididas, tendo em vista a amplitude do tema proposto.

Para quem quiser acompanhar os estudos, pode solicitar informações de dia, horário e local através do e-mail: missaosagradafamiliabetim@gmail.com deixando telefone para contato.

Adiantamos que o início será nesta quinta feira, 14 de novembro, as 19:00.

Fiquem com Deus.

No Coração da Virgem de Nazaré.


quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Missão Sagrada Família - Betim/MG

Prezados amigos,

Salve Maria!




Em Betim/MG, foi inaugurada a “Missão Sagrada Família – Resistência Católica em Betim/MG” no último dia 14.

Contamos com mais esse excelente blog para a divulgação da Tradição Católica em Betim/MG.



Fiquem com Deus.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

A favor e contra o Syllabus.

Tradução: Rafael Horta

Conferencia de Monsenhor Lefebvre por ocasião do retiro sacerdotal do mês de setembro de 1990 em Ecône.
Ela permanece sempre atual, pois ilustra bem a mudança radical que se operou na Igreja depois do Concilio.


O Vaticano II tomou o sentido contrário àquele que o Magistério tinha ensinado, notadamente no combate que tinha sustentado os papas do século XIX e do século XX até Pio XII contra os erros modernos.

Depois de ter se lembrado de uma conversa telefônica que tivera com o Cardeal Oddi que dizia para pedir “um pequeno perdão ao Papa” e ao que lhe respondeu: “É preciso que Roma mude. Isto não é uma questão de liturgia. É uma questão de fé.” Monsenhor Lefebvre afirma que o combate que nós vivemos hoje é sempre o mesmo. Há os “pro-Syllabus” e os que são contra.

Fideliter N° 87. Mai-Jun 1992
O problema permanece gravíssimo e não o podemos minimizar. É isso que precisamos responder a todos os leigos que vem nos perguntar se a crise vai acabar ou se não haverá um meio de ter uma autorização para nossa liturgia, nossos sacramentos...

Certamente que a questão da liturgia e dos sacramentos é muito importante, mas mais importante ainda é a questão da fé. Para nós esta questão está resolvida por que temos a fé de sempre, aquela do Concílio de Trento, do Catecismo de São Pio X, de todos os concílios e de todos os papas de antes do Concílio Vaticano II, em uma palavra, a Fé da Igreja.

Mas e Roma? A perseverança e a pertinácia das idéias falsas e de graves erros do Vaticano II continuam. Isso é claro.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Máximas espirituais - Santo Afonso Maria de Ligório

Santo Afonso Maria de Ligório

-Antes perder tudo, que perder a Deus.
-Antes desagradar a todo o mundo, que desagradar a Deus.
-Só é para temer o pecado, que nos deve causar horror. Antes morrer do que cometer com advertência um só pecado, mesmo venial.
-Tudo acaba; o mundo é uma cena, que passa depressa.


-Cada momento vale um tesouro para a eternidade.
-O que apraz a Deus é bom.
-Fazei o que quereríeis ter feito à hora da morte.
-Vivei como se no mundo só houvesse Deus e vós.
-Só Deus contenta o homem.

-Nenhum bem há senão Deus; nenhum mal senão o pecado.
-Nada façais para vossa própria satisfação.
-Quem mais se mortifica nesta vida, mais gozará na outra.
-Para os amigos de Deus, o amargo é doce e o doce é amargo.
-É nas doenças que se vê quem tem virtude.

-Quem quer o que Deus quer, tem tudo quanto quer.
-A vontade de Deus torna doce o que é amargo.
-Quem nada deseja do mundo, de nada tem necessidade.
-Não retardeis o cumprimento dos vossos bons propósitos, se não quereis atrasar.

-Perturbar-se com as faltas cometidas não é humildade, mas orgulho.
-Só somos o que somos diante de Deus.
-Quem ama a Deus, mais deseja amar do que saber.
-Quem quer santificar-se, deve banir do seu coração tudo quanto não é Deus.
-Não é todo de Deus quem busca alguma coisa que não é Deus.

-A dor, a pobreza e a humilhação foram as companheiras de Jesus Cristo; que sejam também as nossas.
-Venha donde vier, nunca a perturbação vem de Deus.
-O humilde crê-se indigno de toda a honra e digno de todo o desprezo.
-Quando se pensa no inferno que se mereceu, sofrem-se com resignação todas as penas.

-Esquecei-vos a vós mesmos, e Deus pensará em vós.
-Amai os desprezos, e encontrareis a Deus.
-Quem se contenta com um bem mínimo, não está longe do mal.
-A quem procura ser estimado, estima Deus pouco.
-Os santos falam sempre de Deus; sempre dizem mal de si próprios, e sempre bem dos outros.

-Os curiosos são sempre dissipados.
-Desgraçado de quem ama mais a saúde que a santidade!
-Sempre o demônio anda à caça dos ociosos.
-Quem quer estar em paz, deve mortificar todas as suas paixões, sem excetuar uma só.

-S. José Calasâncio dizia: “Um servo de Deus fala pouco, trabalha muito e sofre tudo”.
-Cuidam os santos de ser santos, e não de o parecerem.
-Quem não amar muito a oração, jamais chegará a um alto grau de perfeição.
-Primeiro se há de ser reservatório para recolher, e depois canal para difundir.

-Todo o apego impede de ser inteiramente de Deus.
-Nas obras que falam à vista se esconde muitas vezes o orgulho.
-Oferecer-se por completo a Deus é uma excelente preparação para a comunhão.
-Quando andardes por lugares povoados, conservai os olhos baixos; pensai que sois padre e não pintor.


Fonte: A Selva – Sto Afonso de Ligório – pág: 133

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Fotos de Missas celebradas na Capela do CSCS em Betim/MG.

Prezados amigos,

Salve Maria!

Como todos já sabem, as Missas de Sempre em Betim/MG estão sendo celebradas na Capela do Centro Social de Cabos e Soldados da Polícia Militar de Minas Gerais.

Agradecemos novamente à Polícia Militar do Estado de Minas Gerais, em especial a pessoa do Ilmo. Sr. Sargento Araújo, bem como a do Ilmo. Sr. Tenente Coronel Gilberto Protásio pela honrosa contribuição com a promoção da Tradição Católica na cidade de Betim/MG.

Para quem ainda não conhece a Capela, abaixo algumas fotos das Missas.


No Coração da Virgem!

Clique nas fotos para ampliá-las!

Para saber como chegar lá, acesse aqui.



























segunda-feira, 19 de agosto de 2013

O que deve pensar um católico sobre o Concílio Vaticano II?

Com adaptações.


O Concílio Vaticano II foi uma reunião dos dois mil e quinhentos bispos de todo o mundo durante quatro sessões, desde outubro de 1962 a dezembro de 1965. O Papa João XXIII, em sua alocução de abertura ao concílio (11.10.62) declarou que sua finalidade era que a fé católica se conservasse e ensinasse, mas que sem recorrer a condenações, senão fazendo um chamado a todos os povos. O Papa Paulo VI concorda com seu predecessor: o Concílio Vaticano II “foi um acontecimento importantíssimo porque (...) antes de tudo buscou as necessidades pastorais e, alimentando-se na chama da caridade, fez um grande esforço para chegar não somente aos cristãos ainda separados da comunhão com a Santa Sé, senão também a toda família humana” (breve de clausura, 8.12.65).

 Os ensinamentos do Concílio e sua interpretação por Roma

 Com tais idéias, não é de estranhar que encontremos o ensinamento católico apresentado de forma débil (sem definições nem condenações), confusa (sem terminologia técnica nem escolástica) e unilateral (para atrair aos não católicos). Todo esse ensinamento vago e ambíguo, que já é liberal em seu método, seria interpretado em seu verdadeiro sentido liberal depois do Concílio.

 Vejamos alguns exemplos de como interpreta Roma (20) os ensinamentos conciliares.

 a)      Sacrosantum Concilium: deve insistir-se na liturgia da palavra (n.9), nos aspectos da Missa como banquete (n.10), na participação ativa do povo (nn.11 e 14), e portanto na língua vernácula (nn. 36 e 54); o resultado é a Nova Missa (cfr. C5).

b)      Unitatis Redintegratio: os católicos devem orar com os protestantes (nn. 4 e 8) o resultado é a hospitalidade eucarística. (cfr. C8)

c)       Sacrosanctum Concilium: devem revisar-se os ritos e fórmulas de penitência (n.72), e a Extrema Unção deve converter-se em uma Unção de Enfermos (nn. 73 e 75); o resultado são a confissão cara a cara e as absolvições gerais, e no sacramento da Extrema Unção uma nova matéria, uma nova forma e um novo sujeito (os enfermos que não estão em perigo de morte) (21)

d)      Lumen Gentium: a Igreja de Cristo subsiste em (não é) a Igreja Católica (n.8); o resultado é que também se encontra nos “irmãos separados” (Ut unum sint, n. 11) (22).

e)      Unitatis Redintegratio: A Igreja de Cristo tem irmãos separados em “Igrejas” [sic] separadas (n.3), que devem ser como irmãs (n.14); e portanto não há necessidade, por exemplo, de converter aos ortodoxos (23).

f)       Optatam Totius: os seminaristas devem conhecer a filosofia moderna e o progresso da ciência (n.15), a psicologia e a sociologia (n.20); o resultado é que se fomenta o estudo em universidades seculares, mas não o do tomismo, e aparecem espiritualidades abertas, moralidade subjetiva, etc.

g)      Gaudium et Spes: se identifica o matrimônio com o “amor conjugal” (nn. 48 e 50), a Igreja renuncia a todos os privilégios que lhe outorgava o Estado (n.76), e deseja uma autoridade mundial (n.82); o resultado é respectivamente, o fiasco das nulidades matrimoniais (cfr.C8), que a religião católica deixa de ser religião de Estado em todo o mundo, e que se presta um pleno apoio a Organização das Nações Unidas.

O mesmo esquema poderíamos repetir com todas as inovações aprovadas.

Os erros doutrinais do Concílio

O que é ainda mais grave: o Concílio foi sequestrado por elementos liberais da Igreja, que desde o princípio conseguiram o rechaço dos esquemas preparatórios pré-conciliares confeccionados para sua discussão, e os substituíram por outros esquemas progressistas redigidos por seus próprios “experts”. (Os liberais também conseguiram introduzir seus membros nas comissões). Os novos esquemas, aprovados como decretos, constituições e declarações do Concílio, continham, mais ou menos, explicitamente, erros doutrinais pelos quais os liberais haviam sido condenados no passado.

Tomemos como exemplos as seguintes passagens do Concílio e comparemo-las com a doutrina católica:

 a)      Gaudium et Spes: o homem é “a única criatura terrestre a que Deus amou por si mesmo” (n.24), idéia oposta a “tudo fez Javé para seu fim” (Prov. 16, 4); “todos os bens da terra devem ordenar-se em função do homem” (n.12), sem mencionar que a finalidade é servir-lhe de ajuda para salvar sua alma; “o Filho de Deus com sua encarnação se uniu em certo modo com todo homem” (n.22), quando o Concílio de Éfeso fala de que Deus assumiu uma natureza humana individual (Denz. 114); “a natureza humana (...) foi elevada também em nós a dignidade sem igual” (n.22), invés de “pouco menor que os anjos os fizeste” (Sl. 8,6); fala da “excelsa dignidade da pessoa humana” (n.26), que só existe em quem vive honestamente (Ap. 3, 4); e afirma “seus direitos e deveres universais e invioláveis” (n.26), quando a quem desperdiçasse seus talentos lhe seriam tirados (Lc 19, 24).

 b)      Dignitatis Humanae: “Este Concílio Vaticano declara que a pessoa humana tem direito a liberdade religiosa. Esta liberdade consiste em que todos os homens estejam imunes de coação (...) de qualquer potestade humana, e isto de tal maneira, que em matéria religiosa nem se obrigue a ninguém a fazer contra sua consciência nem se lhe impeça que atue conforme ela (...) dentro dos limites devidos (...) Este direito da pessoa humana a liberdade religiosa deve ser reconhecido no ordenamento jurídico da sociedade, de forma que chegue a converter-se em um direito civil” (n.2); porém, a doutrina católica condena as seguintes proposições: “a liberdade de consciência e de cultos é um direito livre de cada homem, que deve ser proclamado e garantido legalmente em todo Estado bem constituído (...) o melhor governo é aquele no qual não se reconhece o poder político a obrigação de reprimir com sanções peais aos violadores da religião católica, salvo quando a tranqüilidade pública assim o exija” (Pio IX, Quanta Cura, n.3).

 c)       Unitatis Redintegratio: “o espírito de Cristo não recusou servir-se delas [das igrejas e comunidades separadas] como de meio de salvação” (n.3), contra P2.

 d)      Ad Gentes: “promova-se a ação ecumênica de forma que (...) os católicos colaborem fraternalmente com os irmãos separados (...) na comum profissão possível da Fé em Deus e em Jesus Cristo diante das nações” (n.15), contra P7.

 e)      Nostra Aetate: “A igreja Católica não rechaça nada do que nestas religiões [não cristãs] haja de santo e verdadeiro. Considera com sincero respeito os modos de obrar e de viver” (n.2), enquanto que as Sagradas Escrituras dizem que “todos os deuses dos povos são demônios” Sl. 95, 5) e “não aprenderás a imitar as abominações daquelas nações” (Deut. 18, 9).

 f)       Lumen Gentium: “a ordem dos bispos (...) junto com sua cabeça, o Romano Pontífice, e nunca sem esta cabeça, é também sujeito da suprema e plena potestade sobre a universal Igreja” (n.22), contra P4; e “a consagração episcopal, junto com o ofício de santificar, confere também o ofício de ensinar e reger” (n.21), contra a doutrina da Igreja segundo o qual a “dignidade episcopal depende imediatamente de Deus em quanto ao poder de ordem, e da Sede Apostólica em quanto ao poder de jurisdição” (Pio VI, Deessemus Nos). «la dignidad episcopal depende inmediatamente de Dios en cuanto al poder de orden, y de la Sede Apostólica en cuanto al poder de jurisdicción» (Pío VI, DeessemusNos).

O Concílio mesmo anima as tendências liberais (e seu impulso se converterá na política vaticana pós-conciliar) e se separa do ensinamento católico tradicional. Mas não tem autoridade para nenhuma das duas coisas (P5 e P6). Nossa posição deve ser: “nos negamos e temos negado sempre a seguir a Roma de tendência neomodernista e neoprotestante que se manifestou claramente no Concílio Vaticano II e depois do Concílio em todas as reformas que dele surgiram. 24

E em torno dessas tendências neomodernistas gira todo o Concílio. 25

Foi infalível o Concílio Vaticano II?

Não por razão do magistério extraordinário, posto que rejeitou definir. O mesmo Papa Paulo VI, em audiência de 12.1.66, disse que “havia evitado proclamar de forma extraordinária dogmas dotadas de nota de infalibilidade” 26.

Nem por razão do magistério universal ordinário, porque este consiste na maravilhosa uniformidade dos ensinamentos dos bispos dispersos por todo o mundo (e não quando estão reunidos, em que possam ser objeto de grupos de pressão) 27 e não é um poder para definir, senão para ratificar o que sempre se creu. A universalidade em questão não é somente de lugar (todos os bispos) senão também de tempo (sempre): cfr. Vaticano I se P6.

Nem por razão do magistério simplesmente autêntico 28, porque o objeto de todo magistério é o depósito da fé, que deve ser santamente custodiado e fielmente exposto (Vaticano I, Denz, 1836), e não a adoção como doutrina católica de “os melhores valores de dois séculos de ‘cultura liberal’”, ainda que tenham sido “purificados” (Card. Ratzinger, Gesú, Nov. 1984, pág. 72; cfr. Gaudium et Spes, nn. 11 e 44).

E assim, este Concílio foi “ecumênico” mais no sentido moderno de apelar ao sentimento religioso de todos os povos, que no sentido tradicional de representar a toda a Igreja docente.

Notas:

20. Outra história é como se interpretam as diretrizes nas paróquias.
21. Afeta tudo isto “a substância dos sacramentos” sobre a qual a Igreja não tem poder (cfr. Pio XII em P5)?
22. Ut unum sint é a encíclica de João Paulo II sobre o ecumenismo (25.5.95).
23. Cfr. A comissão Internacional Conjunta para o Diálogo Teológico entre a Igreja Católica e a Igreja [sic] Ortodoxa, em Balamand (Líbano), 17/24.6.93
24. Declaração de 21.11.74, cfr. Apêndice I.
25. “O Papa João Paulo II faz não por certo da Sagrada Escritura, senão do acontecimento de Assis, o ‘schibbolet’ [sinal, cfr. Juec. 12, 5] da correta ‘compreensão da correta ‘compreensão do Concílio’”, Johannes Dörmann, O itinerário teológica de João Paulo II, Fundação São Pio X, Buenos Aires 1994, cap. II, pág. 48.
26 Cfr. la declaración de la Comisión Teológica del 6.3.64, repetida por el Secretario General del Concilio a 16.11.64: “dada o costume conciliar e o propósito pastoral do presente Concílio, este Sagrado Sínodo só define as matérias de fé e moral como obrigatórias na Igreja quando o mesmo declare abertamente”. Nunca o fez.
27 Église et Contre-Église au Concile Vatican II, Courrier de Rome, 1996, pág. 255.
28 Ibid., pág. 287.

29 Acta Apostolicae Sedis (LXX), págs. 920 e ss.


Observações à Tradução: capela@nossasenhoradasalegrias.com.br
Fonte: Retirado do Breviário sobre a Fraternidade São Pio X