segunda-feira, 2 de junho de 2014

Meditações de Santo Afonso de Ligório - Novena ao Divino Espírito Santo - Segundo dia


Novena ao Divino Espírito Santo
Meditações de Santo Afonso de Ligório - Tomo II

Segundo dia - Sábado


Ilumina meus olhos, para que eu não durma jamais na morte. (Sl 12, 4)

Um dos maiores males que nos causou o pecado de Adão, é o obscurecimento de nossa razão pelos efeitos das paixões que nos ofuscam o espírito. Ora, o ofício do Espírito Santo é exatamente dispersar as trevas do pecado e ao mesmo tempo fazer nos conhecer a vaidade do mundo, a importância da salvação eterna, o valor da graça e o amor imenso que Deus merece pela sua bondade e misericórdia. Se queremos ser iluminados, recorramos muitas vezes ao divino Paráclito.

I – Um dos maiores danos que nos causou o pecado de Adão, é o obscurecimento da nossa razão pelo efeito das paixões que nos ofuscam o espírito. Mui desgraçada é a alma que se deixa dominar por alguma paixão! A paixão é uma nuvem, um véu, que nos impede de ver a verdade. Como pode fugir do mal aquele que não o conhece? E este obscurecimento da nossa razão aumenta em proporção ao número de nossos pecados.

Mas o Espírito Santo é também chamado Lux Beatíssima, Luz beatíssima, com seus esplendores divinos, não só abrasa nosso coração em seu santo amor, como também dissipa as nossas trevas e nos faz conhecer a vaidade dos bens terrenos, o valor dos eternos, a importância da salvação, o preço da graça, a bondade de Deus, o amor infinito que Ele merece e o imenso amor que nos tem.

“O homem animal não percebe as coisas que são do Espírito de Deus.” (I Cor 2,14). O homem chafurdado no lamaçal dos prazeres mundanos pouco percebe as verdades da fé. Eis porque o infeliz tem amor ao que devia odiar, e odeia ao que diva amar. Santa Maria Madalena de Pazzi exclamava: O amor não é conhecido! O amor não é amado! Santa Teresa dizia igualmente que Deus não é amado porque não é conhecido. Os santos pediam a Deus sem cessar luz e mais luz: enviai Vossa luz; dissipai minhas trevas; abri meus olhos, porque, sem sermos esclarecidos, não podemos evitar o abismo nem encontrar a Deus.

II – Como fruto desta meditação tomemos a resolução de invocar várias vezes o Espírito Santo nas dificuldades que encontramos não somente nos negócios espirituais da alma, mas também nas corporais, especialmente nas de mais graves consequências. Lembremo-nos, porém, que Deus não nos comunicará suas luzes sempre imediatamente; as mais das vezes se servirá, para tal fim, dos nossos superiores e pais espirituais que ele deixou como seus representantes na terra: “Quem vos ouve a mim ouve. Quem vos despreza, a mim despreza.” (Lc 10,16).

Santo e divino Espírito, creio que sois verdadeiramente Deus e que é só com o Pai e o Filho. Adoro-Vos e reconheço-Vos como autor de todas as luzes com as quais me fizeste conhecer o mal que fiz ofendendo-Vos, e quanto sou obrigado a amar-Vos. Vou dou graças e me arrependo sumamente de Vos ter ofendido. Merecia que me abandonasses em minhas trevas, mas veja que ainda não me abandonaste.


Ó Espírito eterno, continuai a esclarecer-me e fazei-me conhecer sempre melhor Vossa bondade infinita e dê-me força para Vos amar no futuro de todo meu coração. Ajuntai graça a graça, para que eu fique docemente unido a Vós e obrigado a amar senão a Vós. Eu Vo-lo suplico pelos merecimentos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Amo-Vos ó meu soberano bem, amo-Vos mais que a mim mesmo. Quero ser todo Vosso; recebei-me e não permitais que me separe de Vós. – Ó Maria, minha Mãe, assisti-me sempre com Vossa intercessão.

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